ALMAS DE TANTAS
TRADIÇÕES
- OS FESTEJOS DO DIVINO
Autor: Mauro da
Nóbrega
Aqui na cidade de Almas
Desde os tempos da escravidão
Que os festejos das folias
É fonte de devoção
Todos os filhos desta terra
Defendem esta tradição
Já ouvi muitos relatos
De milagres verdadeiros
Em que devotos com muita fé
Buscaram no Deus Verdadeiro,
Nas Três Bandeiras do Divino
E o milagre foi certeiro
Folião não namorava
Durante a peregrinação
Se namorasse desmaiava
Caía logo no chão
E só voltava ao normal
Com o canto de outro folião
Vinham cidades vizinhas
E todo o povo do sertão
Para festejar o Divino
E demonstrar sua devoção
Era uma festa esperada
Em toda a nossa região
As folias não cruzavam
Antes do encontro marcado
Na Quinta-Feira da Hora
Na porta do encarregado
Hoje cruzam qualquer hora
Não se respeita o passado
A escolha do Imperador
Era um suspense sem igual
Pois receber esta missão
Era uma ordem Divinal
Hoje a coisa é diferente
Não tem nada Celestial
Os mais velhos olhavam pro céu
Pra adivinhar o Imperador
O céu limpo, era homem branco.
O céu nublado, era de cor.
Tudo era feito com fé
Com humildade e amor
Hoje antes do sorteio
Já sabem quem vai imperar
Não existe mais surpresa
É tudo como combinar
Acabou-se a tradição
Não mais precisa sortear
Uns fazem a festa em julho
Outros fazem após a chegada
Uns respeitam a tradição
Outros não estão nem aí pra nada
Fazem como acham que devem
É uma bagunça danada
Alguns usam as folias
Somente pra politicar
Pensa que sendo Imperador
A prefeito vai chegar
Mas o povo não mistura
Cada um no seu lugar
Nós que somos almenses
E amamos esta manifestação
Temos que abrir os olhos
Em busca da preservação
Se não ficarmos espertos
Vai acabar a tradição
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