Autor: Mauro da
Nóbrega
Desde quando eu era menino
Ouvia o povo dizer
Que o final dos tempos
Estava para acontecer
De dois mil não passaria
Todo o mundo ia morrer
Na venda de Zeca Barbosa
Numa antiga radiola
Um cantador de repentes
Daqueles que não enrola
Num disco de vinil
Descrevia esta história
De dois mil não passará
Pra vir outra geração
O mundo se acabará
Com tempestade e trovão
Ou pelas bombas fatais
Jogadas de avião
Eu menino inocente
Acreditava sem engano
Me imaginava morto
Com vinte e nove anos
Não pensava no futuro
Nem conseguia fazer planos
Mas o tempo passou
E nada disso aconteceu
O mundo realmente acabou
Para aquele que já morreu
Nós ainda estamos por aqui
E o nosso fim quem sabe e Deus
Mas a Bíblia sagrada
No seu Novo Testamento
Na parte do Apocalipse
Relata-se um grande tormento
Tido com o fim do mundo
Só não precisa o momento
Mas diz sobre tempestades
Varrendo parte da terra
Terremoto em toda parte
Nações se acabando em guerra
Filhos matando pais
São sinais do fim da era
Estes sinais estão presentes
Com freqüência sem igual
Furacão destruindo cidades
São manchetes dos jornais
E o homem não acredita
Que são sinais Divinais
A ciência tenta explicar
O que está acontecendo
Mas não encontra amparo
Seu saber fica devendo
E o homem frente a tanta fúria
Se torna mesmo um ser pequeno
Essa onda de tremor de terra
Acompanhada de furacão
Está bem longe de nós
Pois de Deus temos a proteção
Dizem que Ele é brasileiro
É filho desta nação
Mas se não temos furacão
Nem terremoto pra preocupar
Vem outro tipo de tormento
Para nos azucrinar
É um tal de estuprador
Que por aqui veio atacar
Almas cidade tranqüila
De povo bom e hospitaleiro
Vive dias de terror
Provocados por um forasteiro
Que tem atacado moças
Espalhando muito medo
Foram apenas poucos dias
Mas de muita aflição
Nas ruas da cidade
Era pura solidão
Sair de casa a noite
Só por muita precisão
Fazer visita noturna
Virou programa arriscado
Pois todos os moradores
Já viviam preparado
Senão falasse logo o nome
O pau comia rasgado
Nos botecos da cidade
Movimento não tinha
Ari espalhava as mesas
Pra ver se o povo vinha
Como o povo não chegava
Não vendia nem balinha
As aulas foram suspensas
Até o transito parou
Neiçon vendeu tanta porta
Que ele mesmo admirou
A noite o povo escondia
Com medo do estuprador
Cabra que era valente
Dormia ao pôr-do-sol
Não ia mais ao banheiro
Fazia no urinou
Dormia toda a família
Debaixo do mesmo lençol
Agora que tudo passou
Almas voltou a rotina
Pelas ruas da cidade
Já se ver muitas meninas
Brincando, batendo papo.
Em quase toda esquina
Aquele que deixou de macho
Voltou de novo a ser machão
E diz se esse malfeitor
Cair na minha visão
Garanto pra todos vocês
Que neste cabra eu ponho a mão
Depois do cabra nas grades
Todo mundo é prendedor
Quem não mata nem mosquito
Diz fui eu o atirador
Depois da onça morta
Todo mundo e caçador
As vezes a gente brinca
Pois chorar e bem pior
Rir é o melhor remédio
Desde os tempos da vovó
Quem não brinca nesta vida
Acaba morrendo só
Não se é o fim do mundo
Ou é coisa parecida
Eu só sei que tem
mudado
Muita coisa nesta vida
Temos que está preparados
Pra curar nossas feridas
Feridas no coração
Pecados em nossas mentes
Esta nossa geração
Toda ela está doente
Corrompida e acabada
Não escapa um só cliente
Temos que pedir a Deus
Todo dia proteção
Pra vivermos em paz na terra
Enquanto vem a salvação
É Deus no céu e na terra
Na mente e no coração
Se houver o fim do mundo
Um dia ele vai chegar
Temos que estar preparados
Não adianta lamentar
Rico, pobre, gordo e magro.
Nenhum ser vai escapar
Obrigado meu Senhor
Pela vida que me deu
Abençoe minha família
E todos os filhos seus
Cuide dos meus amigos
Perdoe os pecados meus
Agora vou encerrar
Mais esta minha criação
Foi Deus que me deu o dom
De usar a imaginação
Pra contar essas histórias
Que eu guardo no coração
Obrigado a você
Que ouviu o meu cordel
Ou que prestou atenção
Nas letras neste papel
São relatos verdadeiros
Como existe Deus no céu.
Nenhum comentário :
Postar um comentário