A FUGA DAS ÁGUAS
Mauro da Nóbrega
Eu gosto muito de observar a natureza, e em muitas das minhas canções e cordéis (Queimadas- Chamas da Destruição, S.O.S Natureza, O Menino e o Rio, etc) retrato a necessidade da preservação em função da real diminuição das nossas águas e dos nossos animais silvestres. Essas fotos abaixo mostram o Ribeirão São Pedro (Criminosa), local este que sempre foi um refúgio para fugirmos do calor nos finais de semana, porém eu soube nesta terça-feira (02/11/2016), que essas águas secaram, e que este grande Ribeirão tem apenas pequenas poças de água. Quem conhece ou conheceu este local, jamais imaginaria que chegaria a este ponto, em função da quantidade de água que corria em seu leito. Recebo muitos agricultores no meu local de trabalho, e o relato de todos é que as águas estão se acabando. O Rio Manuel Alves, em Porto Alegre do Tocantins, sempre foi também um refúgio para os fins de semana, e todos que o conheceu nos anos 90, se lembram do volume de água, inclusive se pulavam tirando flecha de cima da antiga ponte devido a sua fundura. porém hoje se atravessa caminhando de um lado para o outro com água na cintura.
Este ano as chuvas foram tão poucas que até a produção de pequi foi escassa.
Estive conversando com algumas pessoas mais velhas, e as nossas preocupações foram idênticas. A geração que tem hoje menos de 10, sofrerá muito no futuro devida a falta desse bem que é o mais precioso para a continuidade da vida. Quem tem de 10 a 100 anos sofrerá um pouco também, mas é justamente esses que devem se preocupar em preservar, para amenizar o sofrimento daqueles que ainda virão. Não sei qual seria a saída, ou se existe saída, mas alguma coisa tem que ser feita, e que cada um faça a sua parte. Seja protestando, preservando, denunciando, escrevendo algo sobre para chamar a atenção, enfim, algo precisa ser feito URGENTE por cada um de nós que preocupamos, pois grandes Agricultores só pensam em desmatar e produzir, não se preocupam com a quantidade de nascentes que eles matam a cada desmatamento, se preocupam apenas com a quantidade de grãos ou pastos que irão produzir naquele lugar.
Ouçam as músicas citadas em: www.palcomp3.com.br/maurodanobrega
Ribeirão São Pedro em Almas- Local conhecido por Criminosa

O Menino e o Rio
Letra: Mauro da Nóbrega
Música:
Mauro da Nóbrega
Menino cadê o rio
Que corria por aqui
Não existe mais, a nascente secou.
Apenas folhas secas, enchem o seu leito.
E enchem o meu peito de tristeza e agonia
Pois aquela riqueza infelizmente se acabou.
Ó meu Deus, por que tem que ser assim.
Um rio que transbordava hoje seco está
Não existe água nem pra passarinho beber
Bichos morrem de sede, como é triste esse penar.
Menino e aquela canção,
Que o rio entoava
Quando batia nas pedras descendo a cachoeira
Tudo se acabou seu moço, não existe mais.
Aquela beleza desapareceu no tempo.
É a mão do homem transformando a natureza
Então acorde menino, vamos salvar o que resta.
Vamos preparar o mundo pra você viver
Vamos salvar as nascentes os riachos e as florestas
Pra cuidar de tudo isso vamos preparar você.
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